Durante a Conferência Internacional sobre Água e Clima, organizada pelo Conselho Mundial da Água (WWC) e que decorreu em Marselha, no início do mês, ficou claro que as alterações climáticas têm um impacto negativo na erradicação da fome e na melhoria da saúde a nível mundial.
O evento reuniu mais de 150 especialistas internacionais e líderes políticos, que concordaram acerca da importância da água enquanto elemento central no desenvolvimento humano. Estima-se serem necessários cerca de 255 mil milhões de euros por ano para a implementação de infraestruturas hídricas a nível mundial. O cenário é complexo e há dados preocupantes em cima da mesa, como o facto de, pela primeira vez em décadas, a fome ter aumentado em 2016. Calcula-se igualmente que o Mundo possa ter um défice de 40% em termos de água em 2030, se nada se fizer para alterar o contexto actual.
A água potável tornou-se um recurso escasso, realidade que terá de ser enfrentada, sob risco de colocarmos em causa a própria sobrevivência da espécie humana. A gestão da água para cidades sustentáveis e os cenários dramáticos vividos em algumas zonas do globo, em especial África e América Latina, foram questões levantadas durante a Conferência, cujo objectivo central passava por reforçar os índices de consciencialização sobre a questão e preparar terreno para a acção concreta, a qual se espera vir a sofrer um impulso em 2018, por ocasião do Fórum Mundial da Água, que se realiza em Março, em Brasília.